Habacuque
A
crise na Época do profeta Habacuque
Doutorado
Diego Do Nascimento Diniz
Texto
chave: Habacuque 1.1 ao 4
O peso que viu o profeta
Habacuque.
Até quando, Senhor, clamarei eu, e tu não me
escutarás? Gritar-te-ei: Violência! e não salvarás?
Por que razão me mostras a iniqüidade, e me
fazes ver a opressão? Pois que a destruição e a violência estão diante de mim,
havendo também quem suscite a contenda e o litígio.
Por esta causa a lei se afrouxa, e a justiça
nunca se manifesta; porque o ímpio cerca o justo, e a justiça se manifesta
distorcida.
Introdução
Crise financeira, moral, espiritual, religiosa, política
e ética
Habacuque inicia em filosofar: “filosofar é estar pronto
a se questionar, a fazer questionamentos que gerem reflexão e revisão de
princípios que pareciam imutáveis”.
Não és tu desde a
eternidade, ó Senhor meu Deus, meu Santo? Nós não morreremos. Ó Senhor, para
juízo o puseste, e tu, ó Rocha, o fundaste para castigar.
“Um
povo inimigo, uma arma de Deus – Babilônia, o Martelo do Juízo de Deus”.
É
interessante aqui nos recordar que, o martelo do Juiz também chamado de Malhete,
todo em madeira, é juntamente com a deusa Thêmis e a balança da Justiça
comutativa, um dos mais fortes e conhecidos símbolos do direito e da justiça. A
Babilônia até foi a forma da Justiça de Deus se mostrar de jeito pragmático e
aplicado, no entanto era um “Martelo (malhete)” nas mãos de Deus, ou seja: era
algo feito de madeira que poderia ser quebrada quando o Senhor bem entendesse,
auto significando sua Onipotência e total controle sobre todas as coisas.
Explicando
as Crises descritas por Habacuque
A situação
espiritual do povo não estava nada boa a muito tempo, rei após rei vem
fazendo com que o povo se afastasse de Deus cada vez mais, nessas atitudes
vemos e entendemos o declínio espiritual grado-ativo da nação. Era uma crise
que veio ganhando forças aos poucos, após a reforma feita pelo rei Josias, os
seus sucessores não conseguiram manter as coisas em seus eixos, o núcleo de
adoração que deveria ser Deus, não continuou sendo, após alguns reis sem vida
espiritual diante de Deus governarem o seu povo. Sem vida espiritual contínua
para com o Senhor a tendência é só piorar e ir por caminhos escassos de jejuns,
orações e propósitos verdadeiros e sinceros.
Vemos que a palavra Religião
tem por significado “ligar ao ser superior”. Sabemos que a nossa ligação com
Deus esta em nosso espírito humano, o que nos faz adorar, jejuar, orar, temer a
Deus, a sentir a sua presença e compreender o mundo espiritual e acontecimentos
na vida que estão ligadas ao mundo celestial, espiritual e invisível aos olhos
humanos. A decadência religiosa no tempo do profeta Habacuque se deu ao fato de
uma quebra de comunhão com o Criador nos âmbitos espirituais. Vemos aqui algo
como um efeito dominó, cai uma peça e derruba as outras. Falta de
espiritualidade traz consequências graves ao povo de Deus.
As nossas vidas são totalmente interdependentes de nossas
atitudes, o que pode ser vista e analisadas por nos ou por outros como moral ou imoral, certo ou errado.
Se a minha vida cristã que é vivida por um testemunho que deve ser segundo a vontade
de Deus, e que para isso eu preciso de uma vida exemplar segundo esta escrito
na palavra de Deus, não tem como eu ou nós conseguirmos isso se a nossa vida
espiritual esta morta. Como terei uma vida moral exemplar se o espelho que devo
olhar que é Deus, não estou em comunhão ou comunicação com ele? (retórica).
Nossa ética
fala de como agimos ou reagimos mediante a certas situações ou circunstâncias
da vida. Fala de como devemos nos comportar em meio a sociedade, mas se os
seres humanos tem uma natureza caída e precisa de Deus para saber lidar e
comportar de forma legal (legalização, justiça, agir corretamente, etc) se não
estamos em ligação com o nosso criador que é o maior exemplo de Moral e um
modelo a ser copiado, como seremos bons servos demonstrando uma boa conduta e
ética, se não estamos em contato direto com o nosso modelo?(retórica).
Sabemos que a vontade de Deus é feita acima de todas as
coisas e que a sua Soberania é inquestionável. Mas este ser a qual nos referimos,
também nos traz temor ao coração para andarmos corretamente e irrevogavelmente
(não quer dizer que não pecaremos mais), como teremos uma boa administração Política a qual favorecera a
todos de igual modo se nossa aliança para com Deus esta prejudicada.
A má administração da Macroeconomia e Microeconomia do
povo, estava os deixando em uma decadência muito grande, sem contar que o pouco
que se tinha nas terras de Judá estava sendo destruída ou roubada pelos
invasores. A área Financeira desse
povo estava a extremos tão decadentes que é quase impossível ter palavras para
explicar tal abismo financeiro. Mas vemos que tudo isso acontece devido a falta
de vida espiritual, isso nos leva a dimensões errôneas constantes até que um
verdadeiro arrependimento venha sobre os nossos corações endurecidos por uma
apostasia momentânea.
O livro de Habacuque nos mostra passado, presente e
futuro. Esse profeta aprendeu a levar os problemas difíceis da vida ao Autor da
vida que é Deus. No sexto dia Deus criou o homem, no sexto mandamento Deus
proíbe de tirar a vida. Por mais que o Poeta visse a injustiça, o caminho da
violência como uma justiça própria não seria o caminho correto a seguir.
Habacuque traduzido do hebraico significa Abraço. Este
era Profeta, Levita, Poeta, Escritor, Músico, Compositor e Intercessor. Era
descendente de Levi, este era o terceiro filho de Jacó com Léia irmã de Raquel,
ambas filhas de Labão. O livro de Habacuque tem três capítulos, 56 versículos e
é o 35º (trigésimo quinto) livro na sequência que aparece nos índices das
bíblias protestantes. Este servo de Deus é o 8º profeta menor na mesma
sequência, também é contemporâneo do profeta Jeremias. Assim como Isaías,
Jeremias e Ageu são chamados de profetas em seus livros, Habacuque também é.
Este servo do Senhor tocava e cantava as poesias que escrevia pois era
compositor.
O
livro de Habacuque tem três divisões
1º A visão da invasão (no 1º capítulo Habacuque fala com Deus);
2º A predição de Deus contra os invasores (no 2º capítulo Deus fala com
Habacuque);
3º Um salmo de louvor e adoração a Deus (no 3º capítulo o profeta faz um
cântico de agradecimento).
Aqui gostaria de explicar algumas coisas sobre adoração
em particular começando pelo significado das palavras que listarei como: TODAH
, YADAH, PROSKUNEO, YAD, SHABACH, HALAL,
EPAINOS, etc.
Louvarão do
hebraico SHABACH:
Porque a tua benignidade é
melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão.
(Shabach explicando:
elogiar, louvar, adorar, gloriar-se em algo, acalmar, tranquilizar ou pacificar
alguém. Shabach aponta para duas direções: louvar e acalmar. Ao mesmo tempo em
que adoramos a Deus acontece algo em nosso íntimo que muito das vezes não temos
a capacidade de explicar, mas que nos deixa calmos e melhores mediante a tantas
dificuldades que enfrentamos diariamente em nossas vidas. Uma tranquilidade
indizível nos sobre vem e mudamos de mal para melhor).
Louvarem do hebraico YADAH:
Então naquele mesmo dia
Davi, em primeiro lugar, deu o seguinte salmo para que, pelo ministério de
Asafe e de seus irmãos, louvassem ao Senhor;
YADAH explicando: adorar ou
prestar culto com mãos levantadas, louvar dar graças, reconhecer, declarar os
méritos de alguém. Essa palavra tem um significado muito importante ela aparece
mais de 100 vezes e fala de louvar ou agradecer. Mais da metade dessas vezes
aparecem no livro de Salmos.
Louvarem
do hebraico HALAL:
E para estarem cada manhã em
pé para louvarem e celebrarem ao Senhor; e semelhantemente à tarde;
HALAL explicando: louvar,
agradecer, alegrar-se, orgulhar-se de alguém, HALAL é uma palavra que forma
ALELUIA. A frase encerra uma ordem: HALLELU-JAH (todos vocês devem louvar Jah).
Halal normalmente transmite a idéia de falar ou cantar as glórias, as virtudes
ou a honra de alguém ou alguma coisa).
Louvor
do Grego EPAINOS:
Para louvor da glória de sua
graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado,
EPAINOS explicando:
aprovação, recomendação, louvor. Epainos não expressa somente louvor pelo que
Deus faz por nós, mas também por quem ele é, reconhecendo sua glória).
Mão do Hebraico YAD:
Para que todos os povos da
terra conheçam a mão do Senhor, que é forte, para que temais ao Senhor vosso
Deus todos os dias.
YAD explicando: foi a raiz
para a palavra YADAH, esta palavra nos traz a direção de que quando adoramos a
Deus devemos fazê-lo de mãos estendidas, erguidas em forma de agradecimento.
Duas palavras relativamente significativas são YEHUDAH e TODAH, Judá [YEHUDAH]
recebeu este nome quando a sua mãe disse: “Esta vez louvarei ao Senhor” Gn
29.35. A palavra TODAH significa: obrigado).
O que esta acontecendo na época desse profeta é realmente
assustador, ele vê os inimigos não somente de seu povo mas também de Deus
destruir a cidade inteira, maltratar as pessoas de forma cruel e sem compaixão
e ele clama, ora, pede socorro, livramento, mas não vê uma intervenção Divina
por parte daquele que ele chama com tanta fé e com lágrimas constantes.
Seu povo esta sendo massacrado pela Babilônia, povo que
tem velocidade incalculável na pressa de fazer o mal contra seus inimigos de
guerra. Essa nação havia destruído reinos por completo, e agora chega até ao
povo de Israel com muito ódio, pois eles sabiam das famas de como esse povo
venceu vários reinos e exércitos inteiros foram reduzidos a nada, conheciam as
histórias do rei Davi que venceu diversas batalhas e foi afamado
grandiosamente.
Esse exército da babilônia via a nação de Israel como um
desafio a ser vencido, seus olhos brilhavam ao cogitar a possibilidade de
guerrearem, os níveis de adrenalina eram altíssimos, era uma das coisas que
essa nação mais desejava, lutar com esse povo que estremeceu reinos inteiros
com suas vitórias sobre povos maiores e muito mais capacitados para a guerra
que eles.
A babilônia, o Martelo da Justiça de Deus chegou nas
terras do povo escolhido pelo Soberano Senhor que os concedera tantas vitórias
que nem o povo poderia contar ou tentar registrar.
Babilônia foi a Antiga Rainha dos Céus
As Sete Maravilhas do mundo antigo
1º A Grande Pirâmide de Gizé
2º Jardins Suspensos da Babilônia
3º Estátua de Zeus em Olímpia
4º O Templo de Artémis em Éfeso
5º Mausoléu de Halicarmasso
6º Colosso de Rodes
7º Farol de Alexandria
Uma
“curiosidade”
Nabucodonosor foi o maior Rei da babilônia, e quando esse
Império cai após quase um século no poder, ouve fatos internos que contribuíram
para que isso acontecesse. No reinado de Belsazar que a bíblia descreve no capítulo
5 do livro do profeta Daniel pelas mãos dos Persas, historicamente diz-se que
comerciantes do lado de dentro da babilônia contribuíram para a queda desse reino.
Essa nação realmente surpreendeu a muitos, pois quando
começa a ter vitórias, eles também conseguem ganhar da Assíria nação que estava
muito avançada em armas bélicas. Podemos aqui entender que Nabucodonosor que
estava na frente do exército o comandando era uma pessoa totalmente dotado com uma
genialidade excêntrica e peculiar.
A Babilônia foi o Martelo do juízo de Deus sobre o reino
do sul que é Judá. A bíblia nos mostra que a causa dessa atitude de Deus foi os
pecados de Manasses junto ao povo inconstante, rei após rei desviaram-se do
centro da vontade do Senhor, vários foram os motivos para que isso viesse a
acontecer.
A famosa síndrome da culpabilidade de Adão sobre Eva,
história repetida. A Babilônia teve 7 grandes reis como: Nabopolasar,
Nabucodonosor, Evil-Merodaque, Neriglissar, Labashi-Marduque, Nabonido e
Belssazar.
O Império Babilônico chegou ao seu apogeu pelas mãos de Nabucodonosor que dera
continuidade aos feitos de seu pai que o antecedera no trono o rei Nabopolasar.
Este império ficou conhecido historicamente como Neo-Babilônicos.
No capítulo 1 de Habacuque há um diálogo entre o profeta
e Deus;
No capítulo 2 Deus anuncia a queda da Babilônia (historicamente estudiosos
falam que Nabopolasar reinou sobre a Babilônia 7 anos e morreu, seu filho
Nabucodonosor foi o seu sucessor por 42 anos);
No capítulo 3 temos um louvor e oração a Deus, era uma forma de agradecimento
do profeta a Deus que não havia esquecido seu povo.
Bibliografia:
Bíblia de estudos Plenitude
Enciclopédia Delta Júnior, em 12 volumes. Volume 9 – Editora Delta 1977. Rio de
Janeiro – Brasil. Página 1475 – Pirâmides.
Enciclopédia Delta Júnior, em 12 volumes. Volume 2 – Editora Delta 1977. Rio de
Janeiro – Brasil. Página 217; parágrafo 24, página 220, parágrafo 5º –
Babilônia.
Enciclopédia Delta Júnior, em 12 volumes. Volume 1 – Editora Delta. Rio de
Janeiro – Brasil. Página 55 – Alexandria.
Enciclopédia Delta Júnior, em 12 volumes. Volume 11 – Editora Delta 1977. Rio de
Janeiro – Brasil. Página 1717 – Sete Maravilhas do mundo.
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