Apóstolos?
Existe
o ministério apostólico em nossos dias?
Doutorado
Diego Do Nascimento Diniz
Este artigo tem como objetivo trazer uma reflexão sobre
alguns pontos deste tema apresentado, não se trata de verdade absoluta como
alguns assim o dizem.
“Não
existem fatos eternos e nem verdades absolutas”
Friedrich Nietzsche
Alguns textos bíblicos parecem nos dar um norte para
entendermos muitas coisas descritas na bíblia sagrada. Vamos ver alguns
relacionados ao apostolado.
Alguém que teve contato direto com Cristo At 1.22, 1Co
9.1, 15.7,8.
Alguém que ministra com sinais, prodígios e maravilhas At 5.12.
O ministério de Pedro e Paulo tinham essas características pois até a sombra de
Pedro e o lenço de Paulo curavam At 19.11,12, 5.15.
Deveria ter acompanhado o ministério de Jesus desde o batismo de João Batista
Mt 3.13 ao 17, Mc 1.9 ao 11, Lc 3.21,22, Jo 1.32 ao 34.
Alguém chamado diretamente por Cristo Mt 10.
Aqui estão presentes os textos tanto de chamados
diretamente por Cristo como também a questão deste ministério ser acompanhado
por sinais e maravilhas.
Em Mt 10.1 chamou 12, não mais que isso, lhes deu poder
para curarem e expulsar demônios Mt 10.1;
Os nomes dos 12 Mt 10.2 ao 4.
Todo apóstolo tem o dever de ensinar Mt 28.16 ao 20;
O ministério apostólico envolve todos os outros 4 de Ef 4.11: profetas, evangelistas,
pastores e mestres;
Ter recebido a imposição de mãos dos demais apóstolos At 1.12 ao 26;
Tiago morreu e não foi substituído;
O número representativo da aliança já estava completo;
Os apóstolos lançaram as bases da igreja.
Em At 6 vemos uma democracia, apóstolos e discípulos para se nomearem novos
obreiros para ajudar na obra, daí surge o ministério de diáconos. No Concílio
da igreja descrito em At 15 vemos uma reunião democrática e não um querendo ser
mais que outro. No Concílio de Nicéia entre outros estavam presentes as maiores
autoridades teológicas de suas épocas, no entanto não vemos apóstolos entre
eles.
Este ofício foi mantido pelos 12 e após a morte de Judas
Iscariotes, Matias toma o seu lugar.
O caso do apóstolo Paulo foi um algo a parte.
Observação: no I século havia o chamado específico para o
apóstolo e o dom espiritual para apóstolos. O dom espiritual de apóstolos não
deve ser confundido com o ofício original pois eles são distintos. Temos alguns
personagens que tinham o dom espiritual de ser apóstolos: Tiago 1Co 15.7, Gl
1.19, Barnabé At 14.1 ao 4,14, Apolo 1Co 4.6,9. Estes tinham o dom, mas não o
ofício de apóstolos. Estes estavam mais voltados a questão da autoridade da
pregação como sendo aqueles que foram enviados sobre a autoridade de outro.
No segundo século, a seita por nome de Gnósticos (ela
surge no I século, mas tem mais força no II século) também cobiçou o título de
apóstolo, assim como no período de Paulo houve os que também assim desejavam
ser chamados de apóstolos 2Co 11.13 Ap 2.2. Um que surge tem por nome Marcião.
Muitos acreditam que este não era Gnóstico (do grego Gnose: conhecimento), mais
que seus ensinamentos tinham pontos similares com o gnosticismo. Estes diziam
possuir um conhecimento que Deus os revelou a tal ponto que nem os 12 apóstolos
de Jesus tinham.
Marcião foi um dos que estavam deturpando a bíblia
sagrada na mesma época de Irineu, este por sua vez defendeu a palavra de Deus
de forma correta e responsável refutando os ensinos de Marcião e outros. Essas
e outras referências podemos encontrar na coleção dos livros da Patrística.
Na Reforma Protestante foi levantado o ponto das Cinco
Solas: Sola Fide, Sola Scriptura, Solus Christus, Sola Gratia e Soli Deo
Gloria. Entre essas vai ter grande força a Sola Scriptura – Somente as
Escrituras. Nisso vemos que a Reforma Protestante não tinha em mente voltar o
“chamado de apóstolos”, nesse sentido de ofício.
Os Bispos da Igreja Anglicana, a igreja da Inglaterra
reivindicam para si o título de apóstolos e a continuação deste ministério por
eles. E os Episcopais também seguem nessa linha.
O nome dos 12 apóstolos de Jesus aparecem no fundamento
do muro da cidade celestial e nenhum mais Ap 21.14.
Um dos problemas que temos hoje em dia é o ensino sobre
este tema, na verdade, o que se tem ensinado esta bem longe de ser de fato o
que a bíblia diz.
Os mórmons é um grupo que defende tanto o ministério
apostólico quanto o de profetas em nossos dias, o problema é a forma a qual
resolveram defender esses pontos, mas, você(s) leitor(es),(as) podem pesquisar
por conta própria. Não tenho a pretensão de manipular ninguém.
Os 12 conhecidos como apóstolos, na verdade foram
escolhidos ao meio de 70 que já eram discípulos de Jesus Lc 10. Jesus passa a
madrugada no monte em oração, e depois logo pela manhã chamou os seus
discípulos e nomeou os 12. Muitos foram chamados, mas, poucos escolhidos.
Os apóstolos foram chamados por Cristo Mc 3.13 ao 19.
Paulo também foi chamado por Jesus Cristo 1Co 15.8,9, Gl
1.1, 2.6 ao 9.
A palavra apóstolo significa: alguém comissionado por
Cristo, um embaixador do evangelho referindo-se aos 12 apóstolos Mt 10.2, Lc
6.13, At 1.26, Jd 1.17, Ap 21.14 e Paulo o apóstolo dos gentios 1Tm 2.17, 2Tm
1.11.
Hoje não existe mais a inspiração a nível da bíblia
sagrada (digo: de nível ao ponto de a bíblia como palavra de Deus não errar,
inspiração divina canônica, em pé de igualdade).
Paulo nos diz que ele foi o último dos apóstolos 1Co 15.
Um apóstolo do nível de Paulo é fundador de igrejas, faz a obra missionária.
Felipe e Estevão que foram duas grandes potências nas
mãos de Deus não se alto intitularam apóstolos, mesmo que seus ministérios tivessem
sinais e maravilhas, e tivessem sido recebidos pelos apóstolos, etc.
Partindo para um lado mais da história, não vemos os
aclamados Pais da Igreja que foram
alguns discípulos diretos dos apóstolos chamados por Cristo se auto intitularem
como tais.
Clemente de Roma 30- 100 d.C
Inácio de Antioquia xxx-117 d.C
Policarpo 69-159 d.C
Justino Mártir 100-170 d.C
Irineu 130-200 d.C
Tertuliano 150-230 d.C
Origines 185-254 d.C
Cipriano 200-258 d.C
Eusébio de Cessareia 265-339 d.C
Jerônimo 325-378 d.C
Crisóstomo aprox: 344-407 d.C
Agostinho 354-430 d.C.
Os apóstolos tiveram o dever de lançar os fundamentos da
igreja Ef 2.20, devemos agora seguir.
Bibliografia:
CHAMPENHAUSEN, Hans Von. Os Pais da Igreja: A vida e a
doutrina dos primeiros teólogos cristãos: 10º impressão – 2006. 1º impressão do original em inglês: The Fathers of the
Church/ 1998. Tradução: Degmar Ribas Júnior.
Bíblia de Estudos Plenitude.
LOPES, Augusto Nicodemos: Apóstolos: a verdade bíblica sobre os apostolado/
Augusto Nicodemos Lopes - São José dos
Campos, SP: Fiel, 2014.
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